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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Santo do dia

SÃO PORFÍRIO DE GAZA



ÍRIO DE GAZA26/02

Nasceu na Tessalônica em 353 e morreu em Gaza em 420. São Porfírio nasceu de uma família rica e com vinte e cinco anos mudou-se para o Egito, onde entrou no monastério de Esquete, no deserto. Cinco anos depois ele viajou para a Palestina, para visitar os lugares santos, e residiu numa caverna perto do Rio Jordão por mais cinco anos, em profunda solidão.
Neste período ele adoeceu profundamente e resolveu gastar seus últimos dias em Jerusalém, onde poderia estar perto dos lugares onde Jesus Cristo viveu. Sua austeridade era tão grande que a doença agravou e ele só podia visitar os lugares santos apoiado num pedaço de madeira.
Um amigo seu, chamado Marcos, propôs a ajudá-lo, oferecendo seu braço, mas Porfírio recusou a ajuda dizendo: “Eu vim até a Palestina para procurar o perdão dos meus pecados e não devo procurar o conforto de ninguém”, dizia Porfírio.
Neste sofrimento ele viveu alguns anos, com olhar sereno e feliz. Só uma coisa ainda o incomodava: sua riqueza deixada na Tessalônica. Um dia, chamou seu amigo Marcos e lhe deu ordens para ir até sua casa e vender suas propriedades. Três meses depois, seu amigo retornou trazendo grande quantia em ouro. Porfírio o recebeu com alegria, pois estava completamente recuperado de sua enfermidade.
O santo explicou ao amigo que, dias antes, durante um acesso de febre, ele tinha sentido vontade de caminhar até o Calvário. Lá chegando, ele teve uma queda como um desmaio e pensou ter visto Cristo na cruz. Implorou ao Mestre que o levasse com Ele para o Paraíso. Jesus então apontou-lhe a cruz e pediu que ele a carregasse. São Porfírio tomou então a cruz nos ombros e quando acordou estava completamente recuperado da doença.
O santo distribuiu, então, seus bens entre os pobres da Palestina. Para sobreviver, Porfírio aprendeu a fazer sapatos e tornou-se um grande sapateiro.
No fim da vida, Porfírio retornou para Gaza, foi ordenado bispo e passou a defender a fé contra o ataque constante dos pagãos. Diz a história que, em Gaza, terrível seca assolava os campos. Os pagãos culpavam os cristãos e não queriam receber Porfírio entre eles. Às portas da cidade, Porfírio rezou a Deus e a chuva caiu com abundância. Assim, ele foi reconhecido pelos cidadãos de Gaza e pôde entrar na cidade.
Porfírio retirou do maior templo da cidade os ídolos pagãos e construiu uma grande Igreja, consagrada em 408. Na ocasião de sua morte, sua diocese era toda cristã, conforme o testemunho de seu amigo Marcos, que escreveu a biografia do santo.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Fonte: Portal A12.com

Presidente da CNBB lamenta agressividade crescente “compartilhada e alimentada por muitos católicos nas redes sociais”


“Escutar a voz de Jesus implica em viver no amor fraterno”. Este é o ponto de partida da reflexão apresentada pelo arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, no folheto O Povo de Deus do último domingo, 25. No texto, dom Sergio lamenta que muitos católicos têm compartilhado e alimentado agressividade nas redes sociais e exorta: “É pecado grave usar o nome de Deus ou qualquer religião para praticar ou justificar a violência”.
Comentando o Evangelho do dia, sobre a Transfiguração do Senhor, dom Sergio destaca o convite do Pai para escutar a voz de Jesus e indica a Quaresma como “tempo especial de conversão em preparação para a Páscoa”, e que deve ser vivido através da caridade, como ensina a Igreja.

Foto: arquidiocese de Brasília/Chico Ferreira

O cardeal ressalta que muitas iniciativas podem ser desenvolvidas para alcançar os objetivos da CF deste ano e que cada um pode dar a sua contribuição “para superar a violência e construir a fraternidade e paz nos ambientes em que vive”. Mas lamenta a agressividade crescente “compartilhada e alimentada por muitos católicos nas redes sociais”.A Campanha da Fraternidade (CF) está entre os principais meios de vivência do amor ao próximo na Quaresma, segundo o presidente da CNBB: “Ela é um meio especial para a conversão e a verdadeira caridade”. Para dom Sergio, o lema “Vós sois todos irmãos” pretende contribuir para superar a violência e promover a paz.
“Diga não à violência nas redes sociais! Não compartilhe conteúdos ofensivos e desrespeitosos. Não participe de grupos de WhatsApp ou de outras redes sociais que disseminam fofocas, fazem linchamento moral e críticas destrutivas, atingindo até mesmo a Igreja”, conclama. 
Para o cardeal, é lamentável que haja pessoas ou grupos que se dizem cristãos ou católicos recorrendo à violência para fazer valer a sua opinião e interesses: “É pecado grave usar o nome de Deus ou qualquer religião para praticar ou justificar a violência”, exorta.
“Quem escuta a voz de Jesus Cristo não alimenta, nem reproduz a violência disseminada na sociedade. Ao contrário, contribui para a paz, através do respeito e do diálogo, da misericórdia e do perdão. Quem escuta a voz de Jesus testemunha a sua palavra “Vós sois todos irmãos”, jamais tratando o outro que pensa diferente como um inimigo a ser combatido, mas como um irmão a ser amando, se necessário com a correção fraterna e o perdão. A paz é dom de Deus a ser compartilhado nesta Quaresma”, finaliza.
Fonte: CNBB

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Por que a Cátedra de São Pedro é importante? Isso é o que deve saber desta festa


Segundo o ACI Digital, a Igreja celebra neste dia 22 de fevereiro a Festa da Cátedra de São Pedro, para recordar a autoridade do Vigário de Cristo na terra; por isso, o sacerdote, escritor e funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, Mons. Florian Kolfhaus, refletiu sobre sua importância tanto na Igreja como no mundo inteiro.
“A Santa Sé, cujo conceito remonta ao banco de madeira de um pescador, a quem o Senhor nomeou Pastor de sua Igreja, é a mais alta autoridade moral em todo o mundo atual”.
“Também os não cristãos prestam atenção às palavras do Papa sobre paz, migração e proteção climática”, escreveu Mons. Kolfhaus em uma coluna publicada em CNA Deutsch – agência em alemão do grupo ACI –, em 22 de fevereiro de 2017.
O Papa “goza do reconhecimento de cerca de 170 Estados e 20 organizações internacionais” e “é reconhecido em virtude de suas relações de séculos com ouros Estados”, acrescentou o especialista, ao recordar que o Pontífice também é um soberano sujeito de direito internacional.
“O Papa, e só ele entre todos os demais líderes religiosos, é quem goza da autoridade de um chefe de Estado, equiparada a dos presidentes. E tudo isso se deve, por assim dizer, ao banquinho de madeira sobre o qual se sentou São Pedro, quando ensinava à comunidade de Roma”, acrescentou.
Entretanto, o sacerdote disse que mais importante do que os temas políticos é “a preservação e autêntica interpretação da fé, que foi confiada a Pedro e a seus sucessores”.
“A ele foi prometida – tal como belamente mostra o altar em São Pedro – a especial assistência do Espírito Santo ao explicar o Evangelho de Cristo a partir da Tradição da Igreja e de seus padres”.
“O Papa, e somente ele, tem a potestade das chaves, para atar e desatar. Ele tem poder direto, imediato, limitado só pela Lei Divina sobre toda a Igreja. Ele é o pastor supremo a quem é confiada a totalidade do rebanho do Senhor. A Igreja celebra hoje este elevado serviço do servidor dos servos de Deus”, enfatizou.
Apesar dessas características, Mons. Kolfhaus recordou que cada Papa deve ter consciência de que é um “homem frágil e débil” e “precisa constantemente de purificação e conversão”.
“Mas deve ter também consciência de que lhe vem do Senhor a força para confirmar seus irmãos na fé e mantê-los unidos na confissão de Cristo crucificado e ressuscitado”, acrescentou.
Por outro lado, o sacerdote indicou que o Bispo de Roma se senta em sua cátedra para dar “testemunho de Cristo” e que esse poder conferido por Cristo a ele e a seus sucessores “é, nesse sentido absoluto, um mandato para servir”.
“A potestade de ensinar, na Igreja, implica um compromisso ao serviço da obediência à fé”, ressaltou.
Finalmente, Mons. Kolfhaus recordou que o Papa “não é um soberano cujo pensamento e vontade são lei”.
“Ao contrário: o ministério do Papa é garantia da obediência a Cristo e a sua Palavra. Não deve proclamar suas próprias ideias, mas vincular constantemente a si mesmo e a Igreja à obediência à Palavra de Deus , frente a todas as tentativas de adaptação e alteração, assim como frente a todo oportunismo”, concluiu.

O Primado de Pedro


Ao instituir a Igreja, a partir do Colégio dos Doze Apóstolos, Jesus o quis como um grupo estável e escolheu Pedro para chefiá-lo.
É fácil compreender essa iniciativa do Senhor. Todo grupo humano precisa ter uma Cabeça visível para manter a sua ordem e integridade. Nenhuma instituição humana sobrevive sem observar esta lei.
O Código de Direito Canônico da Igreja, diz que:
“O Bispo da Igreja de Roma, no qual perdura o múnus concedido pelo Senhor singularmente a Pedro, primeiro dos Apóstolos, para ser transmitido a seus sucessores, é a Cabeça do Colégio dos Bispos, Vigário de Cristo e aqui na terra Pastor da Igreja universal; ele, pois, em virtude de seu múnus, tem na terra o poder ordinário supremo, pleno, imediato e universal, que pode sempre exercer livremente” (CDC, Cân. 331).
A Igreja, que é semelhante ao próprio Jesus, isto é, ao mesmo tempo, humana e divina, precisa também ter um Chefe visível. Ela tem a sua Cabeça divina, invisível, o próprio Cristo; e tem a sua Cabeça humana, o seu chefe visível, o Papa. Cristo assim o quis. Diz o Catecismo que: “Somente a Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu como a pedra da sua Igreja. Entregou-lhe as suas chaves, instituiu-o pastor de todo o rebanho” (nº 881).
“E eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,18-19).
Estas palavras de Jesus são claríssimas, e só não as entende quem não quer. Não há como distorcê-las e manuseá-las.
Pedro é a pedra sobre a qual Ele quis edificar a Sua Igreja. É preciso notar que o Senhor diz “a Minha Igreja”. Usou um pronome possessivo “Minha”; ela é propriedade Sua, é o Seu próprio Corpo, e Ele a quis construída sobre o Papa. Não existe outra.
Para não deixar dúvidas a respeito disto, no primeiro encontro que Jesus teve com Simão, trocou-lhe o nome para “Kefas”, que quer dizer Pedro, o mesmo que pedra em aramaico.
Quem nos relata isso é o evangelista São João. Pedro não se deu conta da grandiosidade daquele acontecimento, no momento, mas, certamente, se lembrou dele mais tarde. Ouçamos o evangelista contar logo no início do seu Evangelho: “André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João [Batista] e que o tinham seguido. Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe:
“Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo). Levou-o a Jesus e Jesus, fixando nele o olhar, disse “Tu és Simão, filho de João; serás chamado Kefas (que quer dizer pedra)” (Jo 1,40ss)”.
É importante observar que “no primeiro encontro” com Simão, Jesus “fixa nele o olhar” e muda o seu nome para Pedro. Isto não foi sem razão.
Na Bíblia, quando Deus muda o nome de alguém, é porque está dando a essa pessoa uma missão. Para o judeu o nome da pessoa tinha algo a ver com a sua identidade e missão. Assim, por exemplo o Anjo disse a José:
“Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus [Deus salva], porque ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1,21).
Veja que o nome dado ao Messias de Deus é Jesus, designando a sua identidade divina e a sua missão salvífica (Deus salva – Jesus).
Um exemplo marcante de mudança de nome foi o que ocorreu com Abraão. Ele se chamava Abrão, que quer dizer “pai elevado” e Deus muda seu nome para Abraão, que significa “pai de uma multidão”, porque Deus o escolhera para a grandiosa tarefa de pai do seu Povo. Diz o Gênesis: “Abrão [note o nome antigo!] tinha noventa e nove anos. O Senhor apareceu-lhe e disse: “Eu sou o Deus todo-poderoso. Anda em minha presença e sê íntegro, quero fazer aliança contigo e multiplicarei ao infinito a tua descendência”. Abrão prostrou-se com o rosto por terra. Deus disse-lhe: “Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma multidão de povos. De agora em diante não te chamarás mais Abrão, e sim Abraão, porque farei de ti uma multidão de povos…” (Gn17,18).
Foi um momento muito solene em que Deus escolheu o “Pai” do seu Povo, de onde nasceria o Salvador.
É interessante notar que Deus muda também o nome de Sara, de Sarai (estéril) para Sara (fértil).
“Disse Deus a Abraão: “Não chamarás mais a tua mulher Sarai e sim Sara. Eu a abençoarei, e dela te darei um filho. Eu a abençoarei, e ela será mãe de nações e dela sairão reis” (Gen 17, 15-16).
A mesma mudança de nome ocorreu com Jacó, o Patriarca do povo Judeu, que Deus passa a chamar de Israel: “Deus apareceu ainda a Jacó… e o abençoou. Deus lhe disse: “Tens o nome de Jacó, mas não te chamarás mais Jacó: teu nome será Israel”. Deus disse: “Eu sou El Shaddai. Sê fecundo e multiplica-te. Uma nação, uma assembléia de nações nascerá de ti e reis sairão de teus rins. Eu te dou a terra que dei a Abraão e a Isaac…” (Gen 35,10-13).
Nessas passagens vemos outro momento solene na história do povo de Deus, onde Ele muda o nome de Jacó para designar-lhe o patriarca. A expressão “El” significa “Deus de Israel” (Gen 33,20).
Essa “mudança de nome” Jesus fez também com Simão, “no primeiro encontro”, em vista da missão solene que lhe haveria de dar mais tarde:
“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja” (Mt 16,18).
Não resta dúvida, portanto, que Pedro, e seus sucessores, são a Pedra angular, visível, que Cristo, Pedra angular invisível, quis na Igreja. Jesus quis essa pedra visível para que ela mantivesse a unidade da Igreja e a integridade da sua doutrina na verdade que liberta e salva.
Após a Ressurreição Jesus confirma Pedro como o pastor de todo o rebanho.
“Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? “Respondeu ele: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Disse-lhe Jesus. “Apascenta os meus cordeiros” (Jo 21, 15-17)”.Por três vezes o Senhor repetiu esta pergunta a Pedro, e por três vezes lhe disse: “Apascenta as minha ovelhas”. A nenhum outro apóstolo isto foi dito.
Alguns Padres da Igreja viram nesta tríplice confirmação de Pedro como “Pastor do rebanho”, como que uma maneira de apagar aquelas três vezes que Pedro negou tristemente o Senhor dizendo: “Não conheço este homem” (Jo 18,17.2-27, Mt 26,70-75). Na verdade essa repetição tríplice era a forma solene que o hebreu usava na confirmação de uma missão.
É importantíssimo notar que, mesmo após Pedro ter negado Jesus tristemente, por três vezes, ainda assim o Senhor não tirou dele a chefia do rebanho. Como então – podemos perguntar – os homens querem tirar de Pedro e do Papa o Primado da Igreja, se nem mesmo Jesus, após ter sido negado e renegado por Pedro, tirou-lhe o mandato? Se Cristo manteve Pedro como o Chefe da Sua Igreja, mesmo após a negação triste, seremos nós homens, que teremos a ousadia de negar-lhe o primado? Não sejamos insensatos, “com Deus não se brinca”, nos ensina São Paulo.
Isto mostra que atentam gravemente contra a vontade expressa do Senhor aqueles que não querem aceitar a jurisdição do Papa sobre toda a Igreja universal.
Desde os primeiros séculos da Igreja, o Bispo de Roma, o Papa, exerceu o primado na Igreja. Vejamos, por exemplo, o que diz São Cipriano, bispo de Cartago, o grande defensor da unidade da Igreja, já no terceiro século: “O Senhor diz a Pedro: “Eu te digo que és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus… O Senhor edifica a sua Igreja sobre um só, embora conceda igual poder a todos os apóstolos depois de sua ressurreição, dizendo: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio. Recebei o Espírito Santo, se perdoardes os pecados de alguém, ser-lhes-ão perdoados, se os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. No entanto, para manifestar a unidade, dispõe por sua autoridade a origem desta mesma unidade partindo de um só. Sem dúvida, os demais apóstolos eram, como Pedro, dotados de igual participação na honra e no poder; mas o princípio parte da unidade para que se demonstre ser única a Igreja de Cristo… Julga conservar a fé quem não conserva esta unidade da Igreja? Confia estar na Igreja quem se opõe e resiste à Igreja? Confia estar na Igreja, quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?” (Sobre a Unidade da Igreja).
Vemos, portanto, que desde os primeiros séculos, os cristãos já tinham a noção exata de que sobre a cátedra de Pedro foi fundada a Igreja.
São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja, dizia que: “No interesse da paz e da fé não podemos discutir sobre questões relativas à fé sem o consentimento do Bispo de Roma.”
“Pedro, na verdade, ficou para nós como a pedra sólida sobre a qual se apoia a fé e sobre a qual está edificada a Igreja. Tendo confessado ser Cristo o Filho de Deus vivo, foi-lhe dado ouvir: “Sobre esta pedra – a da sólida fé – edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18).
“Tornou-se enfim Pedro o alicerce firmíssimo e fundamento da Casa de Deus, quando, após negar a Cristo e cair em si, foi buscado pelo Senhor e por ele honrado com as palavras: “apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21, 15s). Dizendo isto, o Senhor nos estimulou à conversão, e também a que de novo se edificasse solidamente sobre Pedro aquela fé, a de que ninguém perde a vida e a salvação, neste mundo, quando faz penitência sincera e se corrige de seus pecados” (Haer. 59,c,8).
Segundo o testemunho de Santo Ireneu, desde o primeiro século, a Igreja de Roma tinha a primazia do ensino. Antes de dar a lista dos doze primeiros papas, ele afirma: “Porque é com essa Igreja (de Roma), em razão de sua mais poderosa autoridade de fundação, que deve necessariamente concordar toda igreja, isto é, que devem concordar os fiéis procedentes de qualquer parte, ela, na qual sempre, em benefício dos que procedem de toda parte, se conservou a tradição que vem dos apóstolos” (Contra as Heresias).
Santo Agostinho, após a condenação do Pelagianismo, a heresia que desprezava a graça de Deus, no sínodo do ano 416, com a concordância do Papa Inocêncio I, pronunciou a frase que ficou célebre na Igreja: “Roma locuta, causa finita!” (Roma falou, encerrada a questão!)
Na Encíclica “Mystici Corporis Christio” Papa Pio XII mostrou muito bem que aqueles que não se ligam à Cabeça visível da Igreja, também não se ligam a Cristo, Cabeça da Igreja: “Há os que se enganam perigosamente, crendo poder se ligar a Cristo, cabeça da igreja, sem aderir fielmente a seu Vigário na terra. Porque suprimindo esse Chefe visível, quebrando os laços luminosos da unidade, eles obscurecem e deformam o Corpo místico do Redentor a ponto de ele não poder ser reconhecido e achado dentro dos homens, procurando o porto da salvação eterna”.
Qualquer um de nós no lugar de Jesus, após ter sido negado por Pedro, por três vezes, naquela hora terrível, teria dispensado Pedro da chefia da Igreja. Mas Jesus é diferente de todos nós… manteve Pedro no timão da sua Barca.
Parece-me que Jesus quis fazer o seu eleito, sentir fortemente a sua miséria, para nunca confiar em si mesmo, especialmente no governo da Igreja nascente. Pedro foi orgulhoso; ele havia dito a Jesus, momentos antes de Jesus ser preso: “Senhor, estou pronto a ir contigo até a prisão e a morte” (Lc 22,33). Ao que Jesus lhe respondeu:
“Digo-te Pedro, que não cantará hoje o galo, até que três vezes hajas negado que me conheces” (v. 34).
É importante notar que tudo isso aconteceu na mesma noite em que Jesus foi preso. Há uma verdade que os santos nos ensinam: é pela humilhação que nos tornamos humildes. Jesus deixou Pedro passar pela humilhação de negá-lo três vezes, talvez para que se tornasse humilde e apto para a chefia da Igreja.
Mas é importante notar também que nessa mesma noite, Jesus disse a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo, mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31).
Como são importantes estas palavras ! Satanás, quis derrubar Pedro, se possível fazer com ele o que tinha feito com Judas Iscariotes, mas o Senhor orou por ele… “mas eu roguei por ti”.
Se Pedro não desfaleceu após a tríplice negação de Jesus, se não caiu no mesmo remorso desesperador de Judas, certamente foi porque o Senhor intercedeu por ele junto do Pai. Pedro chorou amargamente o seu pecado:
“Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra do Senhor: “hoje, antes que o galo cante, negar-me-às três vezes. Saiu dali e chorou amargamente” (Lc 22, 61-62).
Que lágrimas benditas ! Lágrimas de arrependimento e de dor, mas também de confiança que vence o desespero.
Com tudo isso Jesus tinha feito uma grande obra no coração do seu escolhido. Aquele olhar de Jesus para Pedro destruiu toda a presunção e orgulho do primeiro Papa.
“Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro. Então Pedro lembrou-se da palavra do Senhor…” (Lc 22,61).
E depois de tudo isso, Jesus manteve-o no Primado da Igreja…
“Confirma os teus irmãos!” (Lc 22.31)
“Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21,17)
Esse é o ministério petrino que o Papa cumpre em todos os tempos, e que o nosso querido João Paulo II exerce viajando pelo mundo todo para confirmar na fé os seus irmãos. Já foram cerca de 80 viagens pelo mundo todo.
A Igreja já teve cerca de 264 Papas, chegou mesmo a ter muitos anti-Papas, que foram Papas ilegítimos, mas sempre teve o sucessor legítimo de Pedro. A permanência contínua desse ministério, contra todos os obstáculos enfrentados nesses 2000 anos, mostra-nos de maneira clara e inequívoca de que foi instituído por Deus.
É interessante notar que nenhum deles assumiu o nome de Pedro. Nunca houve o Pedro II, Pedro III; isto porque na verdade todos eles são o mesmo Pedro. Nós o chamamos de João Paulo II, mas Jesus continua a chamá-lo de Pedro.
“Tu és Pedro !” (Mt 16,18).
Certa vez São João Bosco teve um sonho profético. Viu o mar agitado pelos ventos e uma batalha acontecendo. No meio da tormenta ele viu uma grande nau dirigida pelo Papa, atravessando o oceano agitado. Duas correntes saiam de cada lado da barca e a prendiam em duas fortes colunas de alturas diferentes. Sobre a mais alta ele viu a Sagrada Hóstia num ostensório, estando escrito na sua base as palavras “Salus credentium” (Salvação do que crêem). Sobre a outra coluna ele viu a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora e na base as palavras: “Auxilium Christianorum” (Auxiliadora dos Cristãos).
Deus mostrou a D. Bosco, e a nós, que essas são as três salvaguardas principais da Igreja, que não permitirão jamais as portas do inferno a vencerem: a Eucaristia, Maria e o Papa.
Devemos observar que Pedro sempre foi o lider do Colégio dos Apóstolos e seu porta-voz. Muitas são as passagens onde ele aparece como o líder, antes e depois da morte e ressurreição de Jesus, evidenciando o primado de Pedro no Colégio dos Doze.
Vejamos alguns exemplos.
O nome de Pedro é mencionado 171 vezes no Novo Testamento. João apenas 46 vezes, é o segundo mais citado.
No catálogo dos Apóstolos, Pedro é sempre citado em primeiro lugar:
“Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João seu irmão…” (Mc 3,16).
“Eis os nomes dos doze apóstolos: “o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão…” (Mt 10,1-4).
“Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze dentre eles que chamou de apóstolos: Simão, a quem deu o nome de Pedro; André seu irmão…” (Lc 6,12-16).
Após a ressurreição de Jesus, continua Pedro sempre citado em primeiro lugar:
“Tendo entrado no Cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: “Pedro e João, Tiago, André…” (At 1,13).
Por outro lado, Pedro aparece sempre como o “porta-voz” do Grupo:
“Então perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!” (Mt 16,15/16).
É interessante notar que Pedro é também o escolhido pelo Pai para revelar aos outros a divindade de Jesus.
“Feliz és Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos ceus” (Mt 16,17).
Em outras ocasiões Pedro toma a frente:
“Pedro começou a dizer-lhe: “Eis que deixamos tudo e te seguimos” (Mc 10,28).
“Então Pedro se aproximou dele e disse: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” (Mt 18,21).
“Disse-lhe Pedro: “Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos?” (Lc 12,41).
No momento difícil, após o discurso sobre a Eucaristia, quando Jesus “checou” até o fundo a fé dos discípulos, é Pedro quem responde:
“Então Jesus, perguntou aos Doze: “Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus” (Jo 6,67/69).
Essas passagens mostram bem a “escolha” de Pedro. Em muitas outras encontramos essa expressão “Pedro e os seus”:
“Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham deixado vencer-se pelo sono…” (Lc 9,32)
“Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia… (Mc 16,7).
É relevante notar que Jesus orou por Pedro… (Lc 22,31).
Tudo isto mostra a necessidade do Papa para a Igreja. A Pedro o Senhor quis confiar uma missão especial, simbolizado pela palavra “Kephas”, que quer dizer Rocha, Fundamento sólido sobre o qual se ergueria o edifício da Igreja, que haveria de perdurar até o fim do mundo. Por isso, o seu fundamento também há de ser duradouro; daí vemos claramente que as faculdades, os poderes dado a Pedro, hão de ser transmissíveis aos seus sucessores, como desde o princípio os Apóstolos e seus sucessores assim entenderam.
Desde o início os demais Apóstolos entenderam a missão especial de Pedro, conferida a ele por Jesus, e o respeitaram.
Um fato que mostra bem isso foi, por exemplo, o que aconteceu no dia de Pentecostes. É Pedro quem toma a palavra para falar ao povo:
“Pedro, de pé com os Onze, ergueu a voz e assim lhes falou: “Homens da Judéia, e habitantes todos de Jerusalém…” (At 2,14 s).
Em outra ocasião: “Então Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: “Chefes do povo e anciãos, ouvi-me…” (At 4,8s).
É bom recordarmos que o único Apóstolo que ficou aos pés da cruz do Senhor crucificado foi João; mas, ainda assim Pedro permaneceu o lider, o porta-voz deles, o chefe da Igreja, como Jesus havia querido.
“À vista disso, Pedro dirigiu-se ao povo: Homens de Israel, por que vos admirais disto?” (At 3,12/25).
Outro fato importantíssimo do exercício dos poderes de Pedro, foi a admissão do primeiro pagão (Cornélio) na Igreja, em Jope, aceita por ele. Isto era algo inadmissível para os judeus. Mas Jesus mostrou a Pedro que veio salvar a todos; e, depois que Pedro viu o Espírito Santo “cair sobre os que ouviam a palavra” (At 10,44) na casa de Cornélio, não teve dúvidas de batizar a todos da sua casa: “Pode-se, porventura, recusar a água do batismo a esses que, como nós, receberam o Espírito Santo? E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo” (At 10,44/45).
Esta foi a primeira vez que os pagãos (os não judeus) foram admitidos na Igreja; isto é, batizados; e por decisão de Pedro. Leia todo o texto de At 10, 1/48. Somente Pedro tinha esta autoridade. Se esta decisão “história” fosse tomada por outro, certamente seria muito difícil de ter sido aceita em Jerusalém. Mas, quando Pedro voltou para lá, e expôs cuidadosamente os fatos, todos aceitaram:
“Os apóstolos e os irmãos da Judéia ouviram dizer que também os pagãos haviam recebido a palavra de Deus. E quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis que eram da circuncisão repreenderam-no: “Por que entraste em casa de incircuncisos e comeste com eles?” Mas Pedro fez-lhes uma exposição de tudo o que acontecera….”
“Depois de terem ouvido essas palavras, eles se calaram e deram glória a Deus dizendo: “Portanto também aos pagãos concedeu Deus o arrependimento que conduz à vida” (At 11,1/18).
É muito relevante o fato do Senhor ter introduzido os pagãos na Igreja, pelo do Batismo, exatamente através de Pedro. Mais uma vez Pedro…
Outro fato marcante na vida da Igreja primitiva, e que mostra claro os poderes de Pedro, foi na realização do Primeiro Concílio universal; o de Jerusalém, no ano 49.
Toda a polêmica girou em torno da necessidade da circuncisão antes do pagão ser batizado. São Paulo e S. Barnabé ensinavam, na forte comunidade de Antioquia, que não era necessário a circuncisão; mas alguns cristãos, vindos de Jerusalém à Antioquia ensinavam o contrário. Houve conflito.
“Alguns homens, descendo da Judéia [à Antioquia], puseram-se a a ensinar aos irmãos o seguinte: “Se não vos circuncidais, segundo o rito de Moisés, não podeis ser salvos”. Originou-se então grande discussão de Paulo e Barnabé com eles, e resolveu-se que estes dois, com alguns outros irmãos, fossem tratar desta questão com os Apóstolos e os anciãos em Jerusalém” (At 15,1-3). Por isso aconteceu o primeiro Concílio da Igreja. Ouçamos a narração de S. Lucas: “Ao fim de uma grande discussão, Pedro levantou-se e lhes disse: “Irmãos, vós sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós, para que da minha boca os pagãos ouvissem a palavra do Evangelho e cressem… Por que, pois, provocais agora a Deus, impondo aos discípulos um jugo [circuncisão] que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Nós cremos que pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seremos salvos, exatamente como eles.
Toda a assembléia o ouviu silenciosamente” (At 15,1/12).
Só “depois de terminarem” (v.13) é que Tiago toma a palavra para corroborar e completar o que Pedro decidiu. Não sei sob que fundamentos alguns livros protestantes querem afirmar que foi Tiago, e não Pedro, quem presidiu o Concílio de Jerusalém. Basta ler Atos15, para se tirar facilmente a conclusão.
É interessante notar também o que Pedro lembra a todos: “há muito tempo Deus me escolheu dentre vós…”
É relevante notar ainda que Paulo e Barnabé, bem como a importante comunidade cristã de Antioquia, a mais antiga depois da de Jerusalém, não resolveu a questão da circuncisão por ela mesma, mas foram levar a decisão para Pedro e os Apóstolos em Jerusalém. Isto mostra que no Cristianismo nunca ouve comunidades “independentes” ou igrejas que viviam independentes dos Apóstolos. A Igreja primitiva sempre esteve sob a jurisdição dos Apóstolos e de Pedro, como podemos ver em vários fatos.
“Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuiam terras ou casas vendiam-nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos” (At 4,35).
No episódio triste de Ananias e Safira, é pelas mãos de Pedro que eles recebem a punição de Deus pelo seu pecado: “Pedro, porém disse: “Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo…”. Ao ouvir essas palavras Ananias caiu morto” (At 5,3-6). É belo notar que: “…traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles” (At 5,15).
Quando o sumo Sacerdote e os doutores da lei quiseram obrigar os Apóstolos ao silêncio, “Pedro e os Apóstolos replicaram: “importa obedecer antes a Deus do que aos homens” (At 5,29). Sempre Pedro está na frente; e junto com os Apóstolos. Não há como negar o primado de Pedro à frente da Igreja primitiva.
A jurisdição dos Apóstolos sobre a Igreja sempre se fez valer, e jamais houve “igrejas independentes”, até a triste reforma protestante de 1517:
“Os Apóstolos que se achavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João. Estes, assim que chegaram fizeram oração pelos novos fiéis, a fim de receberem o Espírito Santo… Então os dois Apóstolos lhes impuseram as mãos e receberam o Espírito Santo” (At 8,14/17).
A partir deste episódio a Igreja foi descobrindo o Sacramento da Crisma, ministrado pelo Bispo. Isto mostra que os Apóstolos governavam toda a Igreja primitiva.
Após a perseguição que se seguiu à morte de Estevão, muitos gentios se converteram em Antioquia, pela pregação dos dispersos que lá se refugiaram. A notícia dessas coisas chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém. Enviaram então Barnabé à Antioquia (At 11,19-22). A Igreja de Jerusalém mantinha a vigilância. São Lucas registra que: “Em cada Igreja [os apóstolos] instituiam anciãos e, após orações com jejuns encomendavam-nos ao Senhor, em quem tinham confiado” (At 14,23).
Esses fatos mostram claro que as igrejas particulares nunca foram independentes dos Apóstolos, e de Pedro especialmente, como querem os irmãos separados da Igreja Católica. Toda a Tradição apostólica confirma isto.
São Pedro foi martirizado em Roma. As escavações realizadas sob a basílica do Vaticano nos últimos decênios, bem como os escritores antigos, confirmam isto. Os arqueólogos descobriam um túmulo cristão sob a basílica vaticana, em meio a túmulos pagãos. Esse túmulo cristão tinha acesso por uma via que devia ser muito frequentada. Foram encontradas junto a esse túmulo numerosas inscrições a carvão (graffiti), fazendo menção ao Apóstolo Pedro. Encontraram ossos de um indivíduo de 60 a 70 anos, que é muito provavelmente de S. Pedro. Quando Pedro morreu, no ano 67, os cristãos ainda não tinham cemitérios próprios, e por isso o enterraram em um cemitério pagão.
Foi o imperador romano Constantino, filho de Santa Helena, que convertido ao Cristianismo, construiu a basílica de S. Pedro, no século IV. É importante notar que ele podia ter escolhido, ao lado do local onde a Basílica foi construída, um terreno mais adequado, plano e grande: o chamado “Circo de Nero”. Ao contrário, mandou edificar a Basílica sobre um terreno fortemente inclinado e já ocupado por um cemitério, que era um local respeitado pelos romanos. Se Constantino preferiu o local acidentado e “desrespeitou” o cemitério, construindo sobre ele a Basílica, é porque deve ter tido uma razão forte, exatamente a presença do túmulo de São Pedro ali.
Por todas essas razões os Bispos de Roma são os sucessores de Pedro, com jurisdição sobre toda a Igreja. A Igreja Católica é chamada também de Romana por ter a sua sede, a Santa Sé, em Roma. Esta denominação, embora não seja uma exigência doutrinária, não é gratuita. Firmando a sede da Sua Igreja exatamente no coração do Império Romano, aquele que quis destruir a Igreja, que sacrificou milhares de mártires, com isto Cristo mostrou ao mundo que a Sua Igreja é invencível, e que jamais os poderes do inferno a vencerão. Sua promessa se cumpre. O império romano, talvez o maior império que a humanidade já conheceu, não conseguiu vencer aqueles Doze homens simples da Galiléia; ao contrário, foi “engolido” pelo cristianismo. No ano 313 o imperador Constantino, filho de Santa Helena, assinava o Edito de Milão, que acabava com a perseguição contra os cristãos em todo o império. Pouco tempo depois, o imperador Teodósio oficializava o cristianismo como a religião oficial do império…
Fonte: Retirado do livro: “A Minha Igreja”. Prof. Felipe de Aquino. Ed. Cléofas.

Cátedra de São Pedro


Para lembrar duas importantes etapas da missão do príncipe dos apóstolos, São Pedro, e o estabelecimento do cristianismo primeiro em Antioquia, depois em Roma. – O Martirológio celebra duas festas: cátedra de São Pedro em Antioquia, 22 de fevereiro e cátedra de São Pedro em Roma, 18 de janeiro. A reforma do calendário unificou as duas comemorações para o dia 22 de fevereiro, data que encontra apoio no livro Dispositivo martyrum. Com efeito, nesse dia celebrava-se a cátedra romana, mas na França foi antecipada para 18 de janeiro para a festa não cair na quaresma.
Foi por isso que a festa se desdobrou em duas. Cátedra é o símbolo da autoridade e do magistério do bispo, de onde vem catedral, igreja-mãe da diocese, sede permanente do pastor. A cátedra de São Pedro é o reconhecimento de sua autoridade sobre toda a Igreja inclusive sobre os outros apóstolos.
Essa investidura da parte de Cristo foi reforçada depois da ressurreição: “Apascenta meus cordeiros…” Logo após a ascensão vemos Pedro tomar o seu lugar de líder. Ele preside a eleição de Matias fala em nome de todos no dia de Pentecostes e diante do sinédrio. Herodes Agripa quer eliminar Pedro, certo de que daria um golpe mortal na Igreja nascente. É incontestável sua presença em Antioquia, como atestam os escritos do Novo Testamento. Sua vinda a Roma nos primeiros anos do imperador Cláudio já não é tão evidente.
O desenvolvimento do cristianismo na capital do império, provado pela epístola do São Paulo aos romanos, não se entende sem a presença de um grande missionário. Sua vinda, como também a morte em Roma, está fora de dúvida, inclusive para os estudiosos não católicos. A tradição do cristianismo foi sempre unânime e as escavações nas grutas vaticanas, ordenadas por Pio XII, em 1939, comprovaram.
Fonte: cleofas.com.br

Santo do dia

SANTA MARGARIDA DE CORTONA


A Santa de hoje é uma grande testemunha de fé e santidade para todos nós. Santa Margarida de Cortona nasceu em 1247, em Alviano, na Itália. Órfã de mãe e tratada duramente pelo pai e pela madrasta, tornou-se uma linda jovem que conquistou o coração de um rico homem, com quem viveu amasiada por nove anos.
Aconteceu que o rico jovem foi assassinado. Graças a uma cachorrinha de estimação, que indicou o lugar do crime, Margarida pôde encontrar o corpo do amante, já em decomposição. Diante da visão da finitude humana, Margarida tomou consciência das futilidades de sua vida. Mudou-se para Cortona onde recebeu o sacramento da Reconciliação.
A partir da conversão, a vida de Margarida foi uma luta constante para a santidade através dos exercícios de penitência, ao ponto de fazer de uma pedra o seu travesseiro, o chão de cama e como alimento apenas pão e água. Aceitou viver três anos de retiro e penitência, entrando em seguida para a Ordem Terceira, onde levou uma vida de extrema austeridade.
Viveu da oração e sacrifício, entre provações e sofrimentos. Purificada e liberta do domínio dos erros, Santa Margarida de Cortona foi ao encontro com Deus em 1297.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Fonte: Portal A12.com

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Paulo VI será Santo até o final de 2018


O anúncio foi feito pelo Papa Francisco durante um encontro com os párocos de Roma, a portas fechadas, no último dia 15 de fevereiro, na Basílica de São João de Latrão. Paulo VI (1897-1978) governou a Igreja de junho de 1963 até a sua morte.
 
Paulo VI, o ‘grande Papa’ e ‘incansável apóstolo’ será canonizado até o final de 2018. A afirmação foi feita pelo Papa Francisco durante uma reunião com os párocos de Roma, no último dia 15 de fevereiro, na Basílica de São João de Latrão.
Foi o primeiro Papa a fazer viagens internacionais, tendo visitado Terra Santa, EUA, Índia, Portugal, Turquia, Filipinas e Austrália, dentre outros.

Cidade do Vaticano

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou sábado (17/02) o discurso feito pelo Pontífice naquele encontro, realizado a portas fechadas com o clero de Roma. Em meio a muitas outras respostas , o Papa disse ainda que Paulo VI foi corajoso em seu ‘humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja’.
“Dois recentes bispos de Roma já são Santos (João XXIII e João Paulo II). Paulo VI será santo este ano. E um tem causa de beatificação aberta, João Paulo I”, acrescentou, brincando: 
“ Bento e eu estamos na lista de espera: rezem por mim! ”
Na homilia de beatificação de Paulo VI, em 19 de outubro de 2014, Francisco disse que “Enquanto se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, ele soube reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor”.
“Verdadeiramente Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus», dedicando toda a sua vida a este «dever sacro, solene e gravíssimo: continuar no tempo e dilatar sobre a terra a missão de Cristo» (Homilia no Rito da sua Coroação, Insegnamenti, I, (1963), 26), amando a Igreja e guiando-a para ser «ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação» (Carta enc. Ecclesiam suam, prólogo).
Quem foi
Giovanni Battista Montini nasceu em Concesio, Bréscia, na região italiana da Lombardia, e foi ordenado aos 22 anos.
Doutor em filosofia, direito civil e direito canônico, serviu a diplomacia da Santa Sé e a pastoral universitária italiana. A partir de 1937, foi colaborador direto do Papa Pio XII. Durante II Guerra Mundial, no Vaticano, se ocupou da ajuda aos refugiados e aos judeus.
Após o conflito, colaborou na fundação da Associação Católica de Trabalhadores Italianos (ACLI), e em 1954, foi nomeado arcebispo de Milão. 
Criado cardeal pelo Papa João XXIII em 1958, participou nos trabalhos preparatórios do Concílio Vaticano II.
Em 21 de junho de 1963 foi eleito Papa
Paulo VI escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968) sobre o controle da natalidade, e a ‘Populorum progressio’ (1967) que abrange o desenvolvimento dos povos.

Fonte: Vatican News

Romaria do terço dos homens leva multidão ao Santuário de Aparecida


Mais de 70 mil homens de todo o Brasil estiveram no Santuário Nacional de Aparecida (SP) na 10ª edição da Romaria do Terço dos Homens, realizada no sábado, 14 de fevereiro. De acordo com o Santuário, esta é uma das maiores romarias ao local de devoção mariana.
O arcebispo de Juiz de Fora (MG) e referencial do movimento do Terço dos Homens, dom Gil Antônio Moreira, presidiu a missa campal desde a Tribuna papa Bendo XVI, em frente a “um mar de pessoas das mais variadas idades, e ainda um grande número de pares e religiosos”.
Em sua homilia, dom Gil falou sobre o papel de Maria na transformação das famílias, dando ênfase ao tema da romaria deste ano “Terço dos Homens, em comunhão com as vocações, resgatando Famílias”. Na reflexão, ele citou uma frase do Papa para falar que Maria pode mudar a realidade de uma família.
“Na Evangelii gaudium papa Francisco afirmou: ‘Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais em casa de Jesus, com pobres paninhos e uma montanha de ternura’. Muitas vezes nossos lares podem se parecer muito mais com um curral de animais, com materialismo e até com violências, mas Maria indo a essa casa sabe transformá-la em casa de Jesus”, exortou o arcebispo.
A romaria seguiu no período da tarde com a oração do Terço no Altar Central. Os mais de 70 mil homens lotaram todos os cantos do Santuário para fazer um gesto que se repete sempre nos grupos, mas dessa vez de uma forma toda especial, aos pés da Mãe Aparecida.
Fonte: CNBB

Santo do dia


Era casado e vivia na cidade de Placência, na Itália. Certo dia, em que estava caçando lebres e faisões, causou um incêndio acidental que provocou grandes danos. Em seguida ele fugiu para escapar à justiça. Ao saber que um inocente fora condenado em seu lugar, apresentou-se, confessou sua responsabilidade e ofereceu todos os seus bens para indenizar os prejuízos. Este gesto fez Conrado gastar todo seu dinheiro e ele acabou ficando pobre. 
Mas ninguém conhece os caminhos do Senhor. O caçador incendiário ingressou num Convento, na Ordem Terceira de S. Francisco, abandonando a esposa, que também retirou-se para um mosteiro. Apesar destes gestos bruscos, Conrado era muito bom e piedoso. 
Em 1343 chegou a Siracusa e estabeleceu-se na cidade de Noto. Escolheu como habitação uma cela ao lado da igreja do Crucifixo. A fama de sua santidade foi aumentando e comprometia a paz e o silêncio de que tanto gostava. Quando percebeu que as muitas visitas perturbavam sua vida de oração, frei Conrado levantou acampamento e foi humildemente para uma solitária gruta dos Pizzoni, que foi depois chamada de gruta de são Conrado. 
Morreu a 19 de fevereiro de 1351. Frei Conrado foi sepultado entre as esplêndidas igrejas de Noto. Viveu 40 anos na oração e na penitência.  
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Fonte: Portal A12.com

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Santo do dia

SÃO CIRILO E SÃO METÓDIO



Metódio e Cirilo nasceram na Macedônia e foram irmãos unidos pelo sangue, pela fé, pela vocação apostólica. Metódio nasceu em 815 e Cirilo em 826. Metódio, ainda jovem, foi nomeado governador da província da Macedônia Inferior, onde estavam estabelecidos os eslavos. Cirilo, também ainda jovem, foi levado a estudar em Constantinopla, capital do então Império Bizantino, onde se formou. Mais tarde, lecionou filosofia e foi diplomata junto aos árabes.
Com trinta e oito anos, Metódio abandonou a carreira política e se tornou monge no mosteiro de Bósforo. Poucos anos depois seu irmão Cirilo também entrou para a vida monástica. A missão apostólica dos dois irmãos começou em 861, quando foram enviados numa missão de conversão dos povos eslavos.
São Cirilo criou um novo alfabeto eslavo e traduziu a Bíblia, a Missa, os rituais e ensinamentos cristãos. Assim o povo podia rezar, cantar e ler tudo em sua própria língua.
Na época, os textos sagrados só existiam em grego ou latim, não podiam ser traduzidos. A iniciativa dos monges Cirilo e Métódio gerou conflito com outros monges. Muitos religiosos ficaram contra o trabalho de Metódio e Cirilo. Os dois foram então chamados a Roma, onde conseguiram o apoio do Papa Adriano II, que abençoou pessoalmente os livros litúrgicos escritos em língua eslava.
Cirilo seria ordenado bispo, mas na viagem de volta de Roma acabou falecendo. O ano era 896 e Cirilo tinha apenas 42 anos de idade. Foi sepultado a 14 de fevereiro na Igreja de São Clemente, perto do Coliseu.
Metódio voltou para a missão e foi nomeado arcebispo de Panônia, com sede em Sirmio. Numa segunda viagem a Roma, em 885, acabou morrendo. Ambos foram proclamados patronos da Europa, ao lado de São Bento, pelo Papa João Paulo II em 1980.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Fonte: Portal A12

Papa Francisco nomeia bispo para a diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda (RJ)

O papa Francisco nomeou, nesta quarta-feira, 13 de março, para a diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ) dom Luiz Henrique da Silv...